Resumo
O carcinoma de células escamosas (CCE) corresponde à neoplasia cutânea maligna mais comum em
gatos. Normalmente é localmente invasivo. Em tal situação, o tratamento cirúrgico torna-se impossibilitado, sugerindo-se outras modalidades terapêuticas. Dentre essas, destaca-se a quimioterapia intralesional com a carboplatina, a qual exibe resultados promissores. O presente trabalho objetivou descrever
o uso da quimioterapia intralesional com a carboplatina, em dois gatos acometidos por CCE tegumentar. O primeiro paciente (gato I) correspondeu a um macho, sem raça definida, nove anos de idade. O
animal possuía uma úlcera envolvendo as regiões frontal, temporal e parietal. O segundo animal (gato
II) equivalia a uma fêmea, sem raça definida, dez anos de idade. A gata possuía um nódulo em região
maxilar esquerda. Solicitou-se biopsia incisional das proliferações, seguida de análise histopatológica. A
microscopia foi compatível com CCE. Devido à localização e extensão da neoplasia dos pacientes, optou-
-se pelo tratamento à base de carboplatina, aplicada no interior das lesões. Para o gato I, administrou-se
70 mg/animal e no gato II, utilizou-se 1,5 mg/cm3 da neoplasia. As sessões eram realizadas a cada sete
dias, em um total de quatro. Em cada procedimento, os animais eram devidamente anestesiados. Ao
término da terapia, foi executada novamente biopsia incisional das lesões residuais seguida de avaliação
histopatológica. Para o gato I observou-se microscopicamente um quadro de tecido de granulação. A
histopatologia cutânea do gato II revelou persistência do CCE. O uso da carboplatina intralesional pode
ser uma terapia alternativa para alguns casos de CCE cutâneo felino.
Palavras-chave: Antineoplásico, administração alternativa, neoplasia cutânea, Felis catus.
Abstract
Squamous cell carcinoma (SCC) is the most common malignant cutaneous neoplasm in cats. It is usually
locally invasive. In such situation, the surgical treatment becomes impossible, suggesting other therapeutic modalities. Among these, intralesional chemotherapy with carboplatin is prominent, which shows promising results. The aim of the present study was to describe the use of intralesional chemotherapy with carboplatin in two cats with SCC. The first patient (cat I) corresponded to a male, mixed-breed,
nine years old. The animal had an ulcer involving the frontal, temporal and parietal regions. The second
animal (cat II) was equivalent to a female, mixed-breed, ten years old. The cat had a nodule in the left
maxillary region. An incisional biopsy of the proliferations was requested, followed by histopathological analysis. The microscopy was compatible with SCC. Due to the location and extent of the neoplasm,
the treatment based on carboplatin, applied inside the lesions, was chosen. For cat I, 70 mg/animal was
administered and in cat II, 1.5 mg/cm3 of the neoplasia was used. The sessions were held every seven
days, for a total of four. At each procedure, the animals were properly anesthetized. At the end of the
therapy, incisional biopsy of the residual lesions with histopathological evaluation was performed again.
For cat I a granulation tissue frame was microscopically observed. The cutaneous histopathology of cat II
revealed persistence of SCC. The use of intralesional carboplatin may be an alternative therapy for some
cases of feline SCC.
Keywords: Antineoplastic, alternative administration, cutaneous neoplasia, Felis catus.